A expectativa para o campo gaúcho é que haja um crescimento de 3,4% na área plantada de grãos, assim como incremento de 3,4% em produção. O aumento de volume, no entanto, não superará o recorde da safra de 2017.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, destaca os principais assuntos que estão sendo levados às equipes dos governos estadual e federal que assumirão em janeiro: questões como o seguro rural, além de temáticas que impactam todos os setores da economia e refletem no agronegócio brasileiro, como a importância de abertura econômica, privatizações de serviços onerosos para o Estado e mudanças nas políticas tributária e previdenciária.
“Temos que mexer na estrutura do Estado. Temos um Estado extremamente inchado, estamos com a máquina pesada nas três esferas da administração. Precisamos reformar as estruturas para que ele possa se concentrar no que realmente é o papel do Estado e fazer concessões e privatizações nas outras áreas”, afirmou Gedeão.
“Precisamos diversificar as fontes de financiamento, que atualmente estão concentradas em poucos bancos, o que desestimula a redução do juro cobrado do produtor”, afirmou ao revelar que dez mil produtores rurais deixaram de acessar os recursos.
Gedeão Pereira ressaltou o papel do Seguro Rural para dar segurança ao produtor e facilitar a tomada de crédito ao dar uma garantia de retorno, já que as condições que o agricultor encontra ao investir na lavoura podem ser diferentes daquelas estabelecidas no momento da venda.
Mercado Externo
Em relação ao cenário externo, a consolidação da China como mercado para os produtos agropecuários brasileiros e a liberalização do mercado brasileiro para incentivar as exportações. A Farsul tem levado à esfera federal o pedido para o aprofundamento do Mercosul para viabilizar a entrada de insumos com os mesmos preços praticados em estados vizinhos, já que o produtor brasileiro chega a pagar até quatro vezes mais pelos mesmos produtos. A medida permitiria equilibrar o custo de produção com outros países do bloco para gerar mais competitividade.
Competitividade e Qualificação
Entre as dificuldades para concorrer com mercados externos, está a falta de eficiência do Brasil em relação aos seus competidores, situação que deve ser resolvida pelo caminho da qualificação: “Em vez de políticas assistencialistas, temos que ensinar a pescar. E isto é algo que sempre temos em vista. Só no ano passado, o Senar-RS qualificou mais de 120 mil pessoas para o trabalho no campo. São pessoas que estão mais preparadas e fazem com que, na nossa agropecuária, a eficiência do trabalhador fique bem mais próxima do que observamos nos Estados Unidos”, observou Gedeão.
Governo Federal
Em relação ao governo federal, Gedeão revelou otimismo: “Temos que promover a abertura econômica, porque assim novos negócios surgirão. E temos que caminhar fortemente para as privatizações. Isto é algo que o novo governo já está sinalizando e que traz muita esperança ao povo brasileiro de que as coisas irão mudar”.
Governo Estadual
Sobre o governo estadual, o presidente do Sistema Farsul reiterou a importância do nome que será escolhido para a pasta do meio ambiente para viabilizar a produção agropecuária gaúcha: “Temos confiança que o nome que for apontado para a Agricultura terá sintonia com o setor. Mas é importante que o escolhido para o Meio Ambiente dê continuidade ao trabalho que está sendo realizado atualmente, com base em critérios técnicos”.
Magda Beatriz é jornalista e apresentadora. Você a encontra de segunda a sexta no programa Atualidades Pampa, na TV Pampa.